Resultado do teste

Ontem, foi proposto um teste em que os leitores deveriam associar aos textos a numeração constante ao lado do período literário correspondente, como está na coluna abaixo:
1 - Barroco
2 - Arcadismo
3 - Romantismo
4 - Realismo
5 - Naturalismo
6 - Modernismo

Estou apresentando a resposta aqui:

( 2 ) "Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
          Gozemos do prazer de sãos amores,
           Sobre as nossas cabeças,
           Sem que o possam deter, o tempo corre:
           E para nós o tempo que se passa
           Também, Marília, morre."
                                          Tomás Antonio Gonzaga

O texto do autor Tomás Antonio Gonzaga, participante da Inconfidência Mineira, dedicado a sua musa Marília, lembra o princípio do "carpe diem" - aproveita o dia, aproveita o presente, próprio do Arcadismo.

( 1 ) "Ardor em coração firme nascido;
         Pranto por belos olhos derramado;
         Incêndio em mares de água disfarçado;
         Rio de neve em fogo convertido;"
                                          Gregório de Matos

O texto do autor Gregório de Matos, apresentando a figura de linguagem chamada paradoxo, em que há uma contradição, foi produzida durante o Barroco. Outra figura de linguagem muito utilizada no período é a antítese.

( 5 ) "E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca. Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas."
                                          Aluísio de Azevedo, "O cortiço"

O texto do autor Aluísio de Azevedo, apresentando a patologia da loucura, foi produzido durante o Naturalismo.

( 3 ) "D. Antonio aproximou-se de Peri e apertou-lhe a mão.
- O que eu te devo, Peri, não se paga; mas sei o que devo a mim mesmo. Tu voltas à tua tribo: apesar da tua coragem e esforço, pode a sorte da guerra não te ser favorável e caíres em poder de algum dos nossos. Este papel te salvará a vida e a liberdade; aceita-o em nome de tua senhora e no meu."
                                          José de Alencar, "O Guarani"

O texto do autor José de Alencar, do livro "O Guarani", em que o indígena brasileiro é uma personagem idealizada, foi produzido durante o Romantismo.
Chama-se indianismo a abordagem da temática do indígena brasileiro nesse período literário.

(6 ) "Beiramávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol.
         Losangos tênues de ouro bandeiranacionalizavam o verde dos montes interiores.
         No outro lado azul da baía a Serra dos Órgãos serrava.
         Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas. Rolah ia e vinha derrapava entrava em túneis.
         Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade."
                                         Oswald de Andrade, "Memórias sentimentais de João Miramar"

O texto do escritor Oswald de Andrade lembra a primeira fase do Modernismo. Podemos observar neologismos como "bandeiranacionalizavam" e "beiramávamos". É a tentativa de criação artísticas numa língua "brasileira".

( 4 ) " - Bem, irás entendendo aos poucos a minha filosofia; no dia em que a houveres penetrado inteiramente, ah! nesse dia terás o maior prazer da vida, porque não há vinho que embriague como a verdade. Crê-me, o Humanitismo é o remate das cousas; e eu que o formulei, sou o maior homem do mundo. Olha, vês como o meu bom Quincas Borba está olhando para mim? Não é ele, é Humanitas..."
                                          Machado de Assis, "Quincas Borba"

O texto do escritor Machado de Assis foi produzido durante o Realismo. No livro "Quincas Borba", a personagem título, um filósofo que possui um cão com o mesmo nome,  descreve  sua teoria filosófica - o humanitismo, que é uma crítica velada de Machado de Assis ao evolucionismo, teoria científica da época.

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