Pré-Modernismo, Modernismo, Semana de Arte Moderna

Teatro Municipal de São Paulo
No final do século XIX, como já vimos, a literatura brasileira passou da atitude romântica de idealizar as personagens para a atitude realista de criticar as personagens e a sociedade e até mesmo de apontar patologias das personagens e problemas determinados pelo meio ambiente, ao gosto das teorias científicas da época. 
Essas tendências seguiam ainda o modelo europeu, embora aplicadas em cenário brasileiro e a personagens brasileiras.
No início do século XX, a literatura passa a estudar com mais afinco os ambientes brasileiros e o interior do país e os subúrbios das cidades. Surgem romances sobre os subúrbios do Rio de Janeiro, com Lima Barreto, como em O triste fim de Policarpo Quaresma. Graça Aranha retrata o interior do Espírito Santo em Canaã.  Monteiro Lobato mostra nos contos de Urupês e Cidades Mortas o interior de São Paulo, apontando para um tipo brasileiro, o Jeca Tatu, o caboclo do interior, que parece preguiçoso mas que na realidade é doente. Euclides da Cunha denuncia a barbárie da campanha de Canudos em que o Arraial de Antonio Conselheiro foi destruído, num confronto desproporcional entre as forças do Exército e os recursos dos sertanejos. 
O Modernismo chega na década de 1920, iniciando-se oficialmente com a Semana de Arte Moderna. Artistas de todas as artes querem criar uma arte genuinamente brasileira. Foi no centenário da independência do Brasil entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, que ocorreu a célebre Semana.
No saguão do teatro havia uma exposição de artes plásticas com obras de Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Zina Aita, Di Cavalcanti, Brecheret e outros. Nas noites de 13, 15 e 17 de fevereiro realizaram-se saraus com a apresentação de conferências, leituras de poemas, espetáculos de dança e de música.
Na primeira noite, o escritor Graça Aranha apoiou a arte moderna em uma conferência tradicional.
Na segunda noite Menotti del Picchia  apresentou conferência defendendo a integração da poesia com a modenidade, a liberdade de criação e a criação de uma arte autenticamente brasileira. Quando foram lidos fragmentos de poema e de prosa, a plateia ora vaiou ora aplaudiu.
A Semana de Arte Moderna ganhou uma enorme importância histórica, pois representou a união de várias tendências que buscavam renovar a arte brasileira na época.
Falando sobre esse acontecimento na arte, Mário de Andrade, já em 1942, vinte anos mais tarde, afirmou:
"O Modernismo no Brasil foi uma ruptura, foi um abandono de princípios e de técnicas consequentes, foi uma revolta contra o que era a Inteligência nacional."

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