Realismo e Naturalismo

Antes das férias de inverno, passamos rapidamente uma visão da literatura no Brasil até o Romantismo. Interrompemos nossa viagem nesse momento, que ocorreu no Brasil no século XIX, e em que o estilo literário mostrava uma visão subjetiva da realidade, isto é, uma visão a partir do que o artista sentia ao observar a realidade. O estilo apresenta também um distanciamento da realidade presente para lugares e tempos remotos.
Hoje vou mencionar um estilo de época que passou a vigorar imediatamente após o Romantismo. É o Realismo. Neste, a visão dos autores se torna mais objetiva, isto é, os autores procuram descrever a realidade de uma forma isenta de sentimentos. A sociedade da época passa a ser observada e criticada em muitos aspectos. As personagens deixam de ser idealizadas e passam a aparecer seus defeitos. O principal autor do período no Brasil é o escritor Machado de Assis, autor de obras como "D. Casmurro", "Quincas Borba", "Memórias póstumas de Brás Cubas". 
No mesmo período, final do século XIX, são escritos no Brasil romances filiados à corrente do Naturalismo. Nessa literatura, além de descrever a realidade sem retoques, os escritores apresentam problemas sociais, doenças e deformidades com tintas forte, além de apresentar descrições do meio em que as histórias ocorrem, pois, para os naturalistas, as vidas das pessoas são determinadas pelo lugar em que vivem. O romance "O cortiço", de Aluísio Azevedo, conta os dramas que transcorrem no cortiço, um aglomerado de casinhas alugadas por um certo João Romão principalmente  para lavadeiras. É desse romance o seguinte parágrafo, que descreve exatamente o cortiço:
"E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro (...)"

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gregório de Matos - "Desenganos ..."

Gregório de Matos e a ovelha desgarrada

Uma carta