Gregório de Matos - "Desenganos ..."

Foto de Marluce Dias É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida. É planta, que de abril favorecida, Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada, Sulca ufana, navega destemida. É nau enfim, que em breve ligeireza Com presunção de Fênix generosa, Galhardias apresta, alentos preza: Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa De que importa, se aguarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? O título do poema acima é "Desenganos da vida humana metaforicamente". Foi escrito por Gregório de Matos, poeta que viveu no Brasil, na Bahia, no século XVII. O poema é um soneto, composição poética que apresenta dois quartetos (estrofes de quatro versos) e dois tercetos (estrofes de três versos). Se estudarmos a literatura brasileira numa abordagem histórica, o autor Gregório de Matos deve ser associado ao primeiro período literário no Brasil, o Barroco. O tema do poema...